Abstract
Este artigo busca esc(r)utar o pensamento da filósofa iorubá Oyèrónkẹ́ Oyěwùmí, que modifica nossa compreensão das culturas africanas, notadamente em relação à raça e ao gênero. Oyèrónkẹ́ Oyěwùmí ao nos chamar a atenção que antes da colonização britânica a sociedade Oyó-Iorubá do sudoeste da Nigéria não se organizava em torno de hierarquias decorrentes da di-visão por corpo generificado, mas da senioridade, nos apresenta cosmologia e instituições socioculturais Oyó-Iorubás assentadas na cosmopercepção de quem não é permanentemente e indefinidamente mais velho ou mais novo que outra pessoa. Nesse sentido, trazer o pensamento de Oyèrónkẹ́ Oyěwùmí para o exercício do ensino de filosofia contribui para pensá-lo além da transmissão histórica da filosofia e das ideias de pensadores ocidentais, abordando assim seres e saberes africanos que deságuam em tradições, cosmologias e instituições socioculturais presentes no Brasil, das quais professoras(es) e estudantes são herdeiras(os).