Abstract
O presente ensaio parte dos questionamentos construídos por Machado de Assis no artigo “Notícia da atual literatura brasileira: instinto de nacionalidade”, para analisar o lugar que o discurso marginal ocupa na produção literária contemporânea. Nesta perspectiva, utilizando como referência o conceito construído por Machado de Assis, investigo a possibilidade de observarmos a presença de um “Instinto de Marginalidade” na atual literatura brasileira, que não mais se baseia no intuito de formação de uma “literatura nacional”, isto é, unificadora e essencialista, mas como vozes da dissonância e da alteridade. Assim, se o “Instinto de nacionalidade”, detectado por Machado em sua época, serviria a uma busca de independência, não estaríamos igualmente presenciando um ensejo de diferenciação das minorias? E, dessa forma, ainda seguindo os passos do crítico, não correríamos o risco da busca de uma “cor local” que salvaguardaria as fronteiras entre margem e centro?