Abstract
A empatia entre a Imagem e o Poder nunca escapou à especial atenção dos autocratas. Salazar não foi excepção. Nos manuais do ensino primário, o Estado Novo estaria presente com grande simplicidade formal mas nem por isso inocente: a família, o império colonial, a sã convivência das classes sociais e das raças, as grandes obras públicas, o culto do Passado, o Cristianismo, a cultura popular ou ainda a propaganda das organizações do regime, como a Mocidade Portuguesa. Em todas as ilustrações, uma forte e única preocupação: enfatizar uma perspectiva moralista e fazer passar e impor a imagem de um país feliz, equilibrado, patriótico, orgulhoso da sua História, imperial, saudável e em paz.