Abstract
Pretende-se investigar a estética e a religião na filosofia de Max Horkheimer, enquanto instâncias de crítica à ordem estabelecida e à imagem de uma sociedade possível ainda não realizada. Mesmo não tendo desenvolvido um pensamento estético de grande envergadura, como foram os casos de Adorno e Marcuse, suas esparsas considerações sobre a relação entre arte e sociedade coincidiram, durante longo período, com as de seus dois colegas do Instituto de Pesquisa Social. Ou seja, a arte autêntica é conhecimento e crítica à sociedade estabelecida. Por sua vez, a religião, embora seja um sentimento verdadeiro, é posta em um nível inferior e concebida como refúgio para os miseráveis, dentro da tradição marxista na qual o filósofo se inserira inicialmente. Ao final da vida, porém, Horkheimer pareceu mais inclinado a considerar que, no mundo administrado, apenas o sentimento religioso cumpria a condição de imagem de um mundo inteiramente outro. As razões para essa mudança de perspectiva podem ser buscadas na sua avaliação tardia sobre a relação entre arte e sociedade