Abstract
A formação docente brasileira foi marcada por interlocuções epistêmicas, mudanças e transformações estruturais e conjunturais, atreladas aos âmbitos sociais, culturais, econômicos, jurídicos e políticos, influenciando e configurando as dimensões do ser professor. Sua configuração, como um ser social, permite a transposição dicotômica entre conhecimentos científicos e senso comum, possibilitando reflexões a uma análise conjuntural acerca da realidade posta, efetivando a essencialidade do processo formativo elucidada a partir do rompimento alienado efetivado por meio dos princípios ideológicos que regem, fragilizam e fragmentam essa formação. Propomos analisar evidências delineadas na Resolução CNE n. 6/2018, acerca da implementação nacional de políticas institucionalizadas neoliberais para formação docente em Educação Física. Para tal feito, nos ancoramos em características investigativo-descritivas com pressupostos de análise de conteúdo e documental, sustentados pelo subentendimento da teoria da alienação trazidas por Konder. Diante das análises, destacam-se indicadores dos ideários neoliberais, transcritos por meio de orientações com vistas à formação docente para atuação no mundo do trabalho. A partir das orientações normatizadas em prol de um processo formativo com competências e habilidades, delineadas nos indicadores destinados à “área de estudo e pesquisa”; “área de conhecimento específico para educação”, “atividade acadêmica para prática pedagógica”; e “componente curricular”, evidenciando os pressupostos de uma formação sistêmica e linear, subscrevendo a formação humana do futuro professor a determinados interesses e com viés que diverge dos pressupostos educacionais, suscitando uma possibilidade de alienação, induzindo à formação docente por meio de uma ideologia prescrita subliminarmente, à qual o profissional em formação será submetido, dificultando, por vezes, a construção de um conhecimento que propicie sua emancipação de forma crítica e reflexiva acerca da realidade social. Palavras-chave: Educação Física. Formação docente. Neoliberalismo. Alienação