Abstract
O presente artigo é expressão de um dos momentos de pesquisa pós-doutoral centrada na construção do método em Karl Marx, o que exigiu um diálogo crítico com a filosofia neohegeliana, em particular com a denominada, não sem divergências, esquerda hegeliana. Nesse sentido, busca-se inserir o neohegelianismo no contexto das contradições de classes próprias da realidade alemã do século XIX. O núcleo central da análise é a relação entre filosofia da esquerda hegeliana e a possibilidade de constituição de um movimento liberal no quadro histórico de emergência política do proletariado. Por meio da leitura imanente de fontes primárias, de pesquisadores da temática e intérpretes, esta exposição estrutura-se em três partes. Primeiramente, a exposição da realidade alemã na transição dos séculos XVIII-XIX, sem a qual é impossível compreender a constituição da esquerda hegeliana. Em segundo lugar, apresentam-se os contornos gerais do pensamento de Hegel, em seus elementos progressivos e contraditórios. Por último, levantam-se indicações a partir de problematizações sobre contribuições selecionadas de pensadores emblemáticos da denominada esquerda hegeliana com suas contradições e limitações frente ao horizonte alemão da luta de classes.