Abstract
A partir de entrevistas realizadas numa empresa de informática em momentos diferentes, dos anos oitenta aos anos noventa, junto a vários agentes que trabalhavam nesse local, este artigo expõe como, atrás das relações de trabalho aparentemente descontraídas, a busca pela "transparência" obriga cada um dos assalariados a trabalhar sob o olhar dos outros, e as avaliações constantes dos desempenhos são indicadores de tensões que suscita a intensificação da concorrência. Também é exigido do pessoal subalterno uma parte cada vez maior de atividade e de "comunicação". Enfim, verifica-se que as relações de trabalho são inseparavelmente relações de dominação, onde cada posto, ao mesmo tempo que implica o domínio de uma competência técnica especifica, demanda as qualidades ordinariamente exigidas do pessoal de serviço.