Abstract
Para além do fato de comungarem as suspeitas contra os desenvolvimentos modernos da técnica e os riscos que eles representam para o mundo humano, Hans Jonas e Hannah Arendt se distanciam quanto às condições que permitiriam preservar um tal mundo. O primeiro nos convida a desenvolver uma ética da responsabilidade para com a vida enquanto a segunda desenha uma política da ação humana que escapa do ciclo vital. A constatação dessa divergência serve, no entanto, de pretexto para pensarmos uma complementaridade: a natalidade arendtiana pode receber uma justificação bioontológica e a ética jonasiana pode encontrar um modo de encarnação política na filosofia de Hannah Arendt.