Outros ecos da crítica: cultura e imperialismo em Edward Said

Aufklärung 4 (1):69-90 (2017)
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Abstract

A partir de um insight da mais recente obra da filósofa Amy Allen, “End of Progress” o presente artigo busca levar a cabo o projeto em aberto de aproximação da Teoria Crítica com a linha de pensamento conhecida como Pós-Colonialismo, a partir das contribuições seminais do pensador palestino Edward Said, sobretudo mediante as suas reflexões sobre o vínculo entre cultura e imperialismo, presentes nas obras “Orientalism” e “Culture and Imperialism”. Para isso, foi necessário expor o que Amy Allen compreende pelo termo teoria crítica, resgatando a sua denúncia contra a “mainstream” da teoria crítica contemporânea, que na sua acurada interpretação teria recaído em um déficit pós-colonial inaceitável, em virtude da excessiva influência de Hegel e dos jovens hegelianos, sobretudo na reconciliação apressada que tal mainstream faz entre a noção de progresso histórico e de história empírica. Tal falha não acontece, por exemplo, na teoria crítica da Escola de Frankfurt, sobretudo em Adorno e em Benjamin, ainda que a autora não deixe de reconhecer que tais bases eurocêntricas também estão presentes nela. Contudo, é justamente a partir da noção de “eco das vozes que emudeceram”, de Benjamin, que se procurou executar uma aproximação com o pensamento de Said, o qual também usa categoria análoga, de “outros ecos que habitam o jardim”, inspirada no poeta Eliot. Mais do que isso: o artigo se esforça em trazer a tona alguns dos principais motivos do pensamento saidiano, como a caracterização do fenômeno cultural intitulado “orientalismo”, bem como suas reflexões sobre o drama palestino. Tais seções acabam por preparar caminho para explicitar o que autor entende como sendo o “imperialismo”. Essa noção, amplamente presente nas diferentes manifestações da experiência cultural moderna, pode nos ajudar a compreender melhor o vínculo existente entre cultura e política, vínculo esse que, como se verá ao decorrer do artigo, foi deliberadamente negligenciado pela teoria crítica contemporânea.

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