Abstract
Se na filosofia e história do corpo os posicionamentos são agrupados entre os que consideram haver substância única (Espinosa) ou dupla (Descartes) que conformam diferentes aspectos dos indivíduos (alma/mente – corpo), na filosofia da ciência nos confrontamos com a o terceiro excluído nestes dualismos com consequências existenciais: trata-se da técnica ou, para utilizarmos um termo mais preciso, das tecnologias. Neste sentido, a máquina é um corpo, não do tipo que nasce naturalmente: as máquinas nascem de um parto artificial, emergem a partir do trabalho de múltiplas mãos, como na construção de uma casa ou na plantação de tomates; embora, depois da mecanização do campo com as promessas de abundância da produção sem limites própria da Revolução verde, esteja cada vez mais difícil identificar com quantas mãos se faz uma plantação...