Abstract
Enquanto muitos autores interpretaram o ceticismo como um desafio filosófico e científico genuíno, como por exemplo Descartes, Stanley Cavell entende-o como um problema existencial com consequências éticas. Duvidar do mundo ou da existência de outras mentes não seria uma tese puramente filosófica, mas envolveria uma posição diante de nossa vida. Tal interpretação se funda em como Cavell lê a filosofia moderna e a ruptura da mesma com modelos anteriores de pensamento. Expandindo esse diagnóstico, Cavell vê em Shakespeare uma manifestação dos limites do conhecimento e dos problemas morais que adentramos ao lidar com o ceticismo. Enquanto tal análise se deu principalmente nas peças do Bardo, o presente texto tenta o fazer em seus Sonetos.