Abstract
Nos últimos anos, o Ensino de Filosofia no Brasil tem sofrido um descredenciamento por parte de membros da sociedade civil, assim como por membros das instituições públicas. As justificativas centrais têm sido as de que a filosofia não contribui para a formação social e cidadã dos estudantes, ainda menos ao currículo escolar distribuído em disciplinas. Sob tais justificativas, não haveria por que financiar cursos de filosofia (e outras áreas das humanas) com dinheiro público. O presente texto visa apresentar algumas razões, bem conhecidas entre os teóricos da educação em filosofia, de como a filosofia e o seu aspecto transversal assegura a permanência e necessidade da filosofia como parte fundamental do contexto escolar. De modo a diversificar o aspecto transversal da filosofia, apresentamos a ética do cuidado como uma teoria da filosofia moral capaz de se estender para além dos conteúdos das aulas e englobar o mundo da vida dos estudantes. Para isso, apresentamos um breve diagnóstico da situação atual do Ensino de Filosofia no Brasil, as condições da transversalidade da disciplina de filosofia, além de uma caracterização em linhas gerais do que seria a ética do cuidado e como ela poderia contribuir para a aprendizagem dos estudantes.