Abstract
Em Pascal, por meio da crítica à razão discursiva que estava à sua época em vias de consagração, está em curso a defesa de uma concepção alargada da racionalidade, que procura estendê-la a partir de uma perspectiva anti-intuicionista e antifundacionista radical para dimensões da realidade que o arranjo epistemológico gestado pela filosofia cartesiana quer deixar de fora. A hipótese que gostaríamos de discutir é a de que essa subversão se dá pela desestabilização desse arranjo por meio da descrição que Pascal realiza, em Pensamentos, da faculdade imaginação, cujo interesse para o estudo da verdade deve ser considerado para que se possa entender a inflexão que a epistemologia pascaliana tenta empreender ante as outras de seu tempo.