Abstract
O presente texto investiga recentes modificações na prática da crítica filosófica. Em sua parte inicial, delineia rapidamente as principais determinações do conceito de crítica, bem como estabelece a ligação entre crítica e crise. Isto é seguido por uma descrição da prática crítica de T.W. Adorno, na qual são apontadas: a) a valorização da leitura micrológica em um contexto de precarização do conceito de totalidade; b) a problematização de uma linearidade temporal por meio da imbricação entre história e natureza; c) a crescente opacidade da linguagem filosófica diante da proximidade de seu objeto. A última parte do texto volta-se para desenvolvimentos recentes da crítica que acentuam as transformações introduzidas por Adorno. Em Derrida, há autonomização do detalhe; em Slavoj Zizek perde-se a diferenciação entre objeto e instrumento de análise; em Deleuze e Guattari, ocorre a dissipação da distância hermenêutica