Abstract
O presente artigo busca identificar os possíveis fundamentos filosóficos que possam embasar a área biomética, junto ao sistema CEP/CONEP, que justifiquem o seu domínio frente às questões relativas à revisão ética na pesquisa científica no Brasil. Para tanto, começa por expor o modo pelo qual se processa a referida ingerência e a sua inadequação ético-epistemológica. Na sequência, identifica no surgimento da própria concepção de episteme, na Grécia antiga, as possíveis raízes desse imbróglio. Terminando por mostrar que é a partir de uma apropriação duvidosa da filosofia de Descartes que a área biomédica julga poder justificar o seu domínio frente às outras ciências, principalmente frente às Ciências Humanas e Sociais. Revelando, assim, que os procedimentos universalizantes estabelecidos pelo sistema CEP/CONEP, ao fim e ao cabo, não possuem fundamento algum, mas, apenas e tão somente, um desejo não justificado de poder. Palvras-chave: Pesquisa em educação. Ética. Fundamentação.