Abstract
Este artigo reconstrói as objeções dirigidas por Amy Allen ao modelo de sujeição contido nopensamento de Judith Butler. Em suas obras The Power of the Feminist Theory (1999) e The Politics ofOur Selves (2008), Allen atribui fragilidades políticas ao modelo de Butler em função do destinoinevitavelmente subordinante vinculado aos processos de sujeição. Apesar de suas críticas, entretanto,questionamos a capacidade de Allen superar por completo as consequências negativas vinculadas àtese da “subordinação necessária”, o que poderia comprometer seu próprio modelo de resistênciadesenvolvido em The Politics of Our Selves. Ao final, defendemos a reinserção de componenteselementares de um conceito comunicativo de ação política que perde centralidade na obra da autoraentre os anos de 1999 e 2008, o que ajuda a conceber margens mais amplas para a transformaçãopolítica dos laços sociais marcados pela subordinação de gênero e o seu lugar nos processos deformação subjetiva.