Abstract
O objetivo deste artigo é analisar a questão da intencionalidade na fórmula “Como alguém se torna o que se é”, registrada por Nietzsche como subtítulo a Ecce homo. O problema da intencionalidade emerge, por um lado, a partir de uma frase do próprio livro de Nietzsche que reza: “Que alguém se torne o que é pressupõe que não suspeite sequer remotamente o que é”; e, por outro lado, da hipótese segundo a qual ‘tornar-se o que se é’ ocorre unicamente através das vivências, compreendida como pathos e, portanto, como um contra-conceito à intencionalidade. Os conceitos de destino e fluidez serão as duas hipóteses que serão analisadas, a fim de nos distanciarmos do problema da intencionalidade.