Abstract
O objetivo do artigo é apresentar o conceito e as diferentes concepções de tolerância desenvolvidas na modernidade, examinando a questão dos limites da tolerância. Parte-se do argumento de que o conceito de tolerância, para ganhar uma configuração e conteúdo, é normativamente dependente da ideia de democracia: a delimitação da tolerância exige a especificação de um princípio de legitimação política fundamentado na deliberação e justificação públicas segundo o qual as normas, práticas e instituições que organizam a vida comum possam ser justificáveis à luz de boas razões aceitáveis por todos os cidadãos. A ideia central do artigo é que a delimitação da tolerância não é uma tarefa teórico-moral, mas sim uma tarefa prático-política a ser levada adiante pelos próprios cidadãos por meio de procedimentos democráticos de deliberação pública.