Abstract

O presente artigo parte do princípio de que há uma relação intrínseca entre a metafísica e a teodkeia. A primeira é um sistema que oferece sentido, inteligibilidade, verdade e universalidade. O seu pressuposto fundamental é o de Parménides e o de Hegel, ou seja, a correspondência entre ser e pensamento, a racionalidade do real e a realidade do racional. Este é o ponto de partida da teologia natural grega, do teísmo cosmológico cristão, do teísmo antropológico moderno e das filosofias do progresso dos últimos séculos. A teodiceia procura superar o último obstáculo que se opõe a esses sistemas, o mal na sua tripla dimensão de mal metafísico, físico e moral. O mal é impermeável à razão e sem sentido, ou seja, é aquilo que mais impede a transparência e a inteligibilidade do mundo. Começando por assumir esta proposta, o autor analisa finalmente a crise actual do sujeito e da metafísica, a crise pós-mo-derna da razão e dos sistemas universais. O novo contexto em que nos encontramos, o de uma metafísica débil, oferece novas oportunidades à proposta cristã, à impossibilidade da teodiceia como teoria especulativa e à possibilidade de uma resposta de sentido e comprometida com aquilo que é o maior dos sem-sentidos, o mal. /// There is an intrinsk relation between metaphysics and theodicy. The first one is a system which offers meaning, intelligibility, truth and universality. Its fundamental presupposition is the Parmenidian one and the Hegelian one, the correspondence between being and thought, the rationality of what is real and the reality of what is rational. This is the starting point of the Greek natural theology, of the Christian cosmologkal theism, of the modern anthropological theism and of the philosophies of progress of the last centuries. Theodicy tries to overcome the last obstacle whkh opposes to those systems, evil in its triple dimension of metaphysical, physical and moral evil. Evil is not rationable norfunctionable, it is what does not have meaning, what hinders the world's transparency and intelligibility. The author assumes this in order to finally analyse the crisis of the subject and of metaphysks, the postmodern crisis of reason and of universal systems. His claim is that this new context, the one of feeble metaphysks, offers new opportunities to the Christian proposal, whereby it asserts at the same time the impossibility of theodicy as a speculative theory and the possibility of a meaningful and committed answer to what is the biggest of all meaningless things, evil. /// Hay una relación intrínseca entre la metafísica y la teodicea. La primera es un sistema que ofrece sentido, inteligibilidad, verdad y universalidad. Su presupuesto fundamental es el parmenideo y hegeliano: la correspondencia entre ser y pensamiento, la racionalidad de lo real y la realidad de lo rational. Este es el punto de partida de la teología natural griega, del teísmo cosmológico cristiano, del teísmo antropológico moderno y de las filosofías del progreso de los dos últimos siglos. La teodicea busca superar el último obstáculo que se opone a esos sistemas, el mal en su triple dimensión de mal metafísico, físico y moral. El mal es lo no racionalizable, ni funcionalizable, lo que no tiene sentido, lo que impide la trasparencia e inteligibilidad del mundo. El autor asume este planteamiento, para analizar finalmente la crisis actual del sujeto y la metafísica, la crisis postmoderna de la razón y de los sistemas universales. El nuevo contexto, el de una metafísica débil, ofrece nuevas oportunidades al planteamiento cristiano, a la imposibilidad de la teodicea como teoría especulativa y a la posibilidad de una respuesta de sentido y comprometida con lo que es el mayor de los sin sentidos, el mal.