Abstract
Em plena crise da política, em suas várias formas desenvolvidas a partir da Modernidade, este artigo tem por objetivo mostrar que as análises de A. Gramsci não estão superadas em sua essência, antes, porém, apontam para aquilo que, na realidade, ainda precisa ser concretizado. Essas análises permanecem sempre verdadeiras se nós as associamos à ideia da necessidade de solidariedade e de partilha ao ser humano, na condição de animal político, somado a tudo aquilo que os torna diferentes. Os intelectuais orgânicos, supondo-se que possam dar uma contribuição à cultura e à sociedade, são responsáveis por criticar e desconstruir as concepções de mundo que já não são atuais, mas apenas se prestam à conservação do status quo excludente. Teoricamente, eles têm o papel de antecipar e alavancar ações próprias e coletivas para um processo histórico real que conduza dialeticamente a uma situação de justiça formal e substancial. O próprio Gramsci foi, exemplarmente, um desses intelectuais que pagou um custo com a própria vida, a fim de manter a unidade entre teoria e prática.