Abstract
O texto em pauta tem como objectivo discutir a suposta afinidade - tantas vezes propalada - entre o “inato” na concepção leibniziana e o “a-priori” como o compreende Kant. A literatura a respeito, se não exatamente copiosa face a outros temas da Kant-Forschung, é ao menos antiga, remontando, com efeito, ao final do século XVIII, e, portanto, aos primeiros comentários sobre a filosofia recém-chegada, publicados em boa medida no Philosophisches Magazin do leibniziano J. A. Eberhard, mas também aos “dicionários” e “dicionários enciclopédicos” que já então se propunham a de algum modo suavizar o acesso ao idealismo transcendental. Aquela suposta afinidade - “ainda hoje um clichê corrente” -, ela, aqui, será, então, principalmente enfocada por meio dessa literatura inaugural, base de muito equívoco a propósito do “a-priori” kantiano.