Tomamos como aliciente una ficción biofuturista del cineasta David Cronenberg en torno a la pregunta sobre la evolución de las funciones orgánicas y la composición fisiológica en los seres humanos. Se rastrean algunos factores que podrían incidir en transformaciones orgánicas en humanos, si bien de un modo más atenuado que en el caso de Cronenberg, no obstante, asumiendo, al igual que él, que esa clase de transformaciones no podrían sino ser efecto de procesos de exteriorización de las propias funciones orgánicas (...) que amplían umbrales perceptivos. En torno a esas premisas, abordamos dos terrenos problemáticos: 1) el paso de un modelo perceptivo _artesanal _al de las _fuerzas de la naturaleza_; y 2) la relación de la función al órgano en los cuerpos animales (orientada, en este caso, a la fisiología humana). Recogemos el tratamiento de lo primero en algunos trabajos de Gilbert Simondon, y de lo segundo en André Leroi-Gourhan, desprendiendo algunas conclusiones de tipo _organológico_ de inspiración stiegleriana y consecuentes con la inquietud más general de las transformaciones en la morfología de los seres vivos en un registro _biotecnológico_. _Palabras clave:_ Efecto Tenser - Trastornos de escala - Modelo artesanal – Organología - Mecánica viviente. (shrink)

ResumoEste artigo propõe elucidar a relação entre a cibernética e a mecanologia na obra de Simondon, considerando suas duas teses de doutorado e a entrevista concedida em 1968 a Jean Le Moyne, a pedido do Ofício do Filme do Québec, no Canadá, ao longo da qual é predominante o uso de "mecanologia", em contraste com as teses, onde sofre a concorrência dos vocábulos "alagmática" e "organologia", ficando o termo "cibernética" na penumbra. A cibernética é celebrada na França em 1962, no (...) contexto dos famosos Colóquios de Royaumont, quando Norbert Wiener foi homenageado e a cibernética ocupou toda a cena, com a participação ativa de Simondon na organização do evento. Essa situação leva os estudiosos a interrogar-se pelo destino do termo "cibernética" em sua obra, caso estivesse em jogo a segunda cibernética, em vez da primeira, e que só veio a lume mais tarde. Mais do que o interesse historiográfico do assunto, o artigo pretende suscitar um interesse epistemológico na filosofia da tecnologia. O desafio é lançar luz sobre a questão ainda por demais obscura acerca das relações entre a tecnologia, a engenharia e a ciência.This article aims to clarify the relationship between cybernetics and mechanology in Simondon's work, considering his two doctoral theses and the interview he gave in 1968 to Jean Le Moyne, at the request of the Quebec Film Office in Canada. In this interview the use of "mechanology" is predominant, in contrast with the theses, where it suffers from competition with terms such as "allagmatics" and "organology", leaving the term "cybernetics" in the shade. Cybernetics is celebrated in France in 1962, in the context of the famous Royaumont Colloquia, when Norbert Wiener was honored and cybernetics occupies the whole scene, with Simondon's active participation in the event organization, This situation leads experts to question the fate of the word "cybernetics" in his work, in the case the second cybernetics was at stake, instead of the first one, but that only came to light later. More than a subject of historiographical interest, the article aims to evoke an epistemic interest in the philosophy of technology. The challenge is to shed light on a question that still remains obscure: the relationships among technology, engineering and science. (shrink)

ResumoO presente artigo visa mostrar o significado da filosofia biológica da técnica em Gilbert Simondon. Essa rubrica coloca em ação uma leitura da filosofia da técnica do filósofo francês como uma ontologia regional no interior de sua ontologia geral ontogenética, que, nesse regime específico, baseia-se em um modelo do orgânico. Para tanto, mostraremos que a individuação dos objetos técnicos, sua concretização marcada pela superdeterminação funcional, obriga-nos a pensá-los em sua organicidade e desde uma organologia geral. Ademais, os conceitos de adaptação (...) e de ambiente associado também contribuem enquanto aspectos biológicos que acompanham a concepção de Simondon do modo de existência dos seres técnicos. Como resultado, veremos que quanto mais concreto e adaptado - na série de sua evolução específica -, mais o objeto técnico se aproxima da individualidade propriamente biológica. Essa aproximação não terá, entretanto, o sentido de uma assimilação completa entre o técnico e o orgânico. Na autoprodução vital, permanece sempre um resto para além do maquínico, cuja demonstração é erigida por Simondon, por fim, com a ideia de uma origem vital absoluta dos objetos técnicos enquanto "mutação orientada". Apontaremos que tal origem não tem base meramente humana, mas se estende também para outras esferas do domínio vital.The present article aims to show the meaning of the biological philosophy of technique in Gilbert Simondon. This concept puts into action a reading of the French philosopher's philosophy of technique as a regional ontology within his ontogenetic general ontology, which in that particular scheme is based on an organic model. We will elaborate this to show that the individuation of technical objects, their concretization marked by their functional overdetermination, forces us to think of them in its organicity and from a general organology. Moreover, the concepts of adaptation and associated environment also contribute as biological aspects that accompany Simondon's conception of the mode of existence of technical beings. As a result, we will see that the more concrete and adapted the technical object is - in the series of its specific evolution - the more it comes closer to the proper biological individuality. This approximation will not have, however, the meaning of a complete assimilation between the technical and the organic. In the vital self-production, Simondon demonstrates that there always remains something beyond the machinical, namely, the idea of an absolute vital source of technical objects as a "guided mutation". We will show that such a source is not merely human, but also extends to other spheres of the vital domain. (shrink)

To explore the realm of creativity, we will make use of the concept of instauration as articulated in the work of Étienne Souriau. Although infrequently used, the word remains extant in English, with agreement among dictionaries that the primary definition is the action of restoring or renewing, with a secondary meaning of instituting or founding. While both senses are at play in Souriau’s thought, it is perhaps the tension between the two that is predominantly in question, akin to what we (...) describe as open containment. We think instauration, as institutive renewal, in dialogue with Merleau-Ponty’s late use of the term aesthesiology to further elaborate the process of creating as a return to the wonder that is aesthesis, the affectively and sensually apprehended opening onto and entanglement with what is. Merleau-Ponty extends aesthesiology as the science of the sense organs themselves into a philosophical organology for ontology. His use of aesthesiology and Souriau’s use of instauration constitute efforts to offer sufficient conceptual containment to be able to say the contingent and ambiguous open of ongoing originating, even while both thinkers strive not to institute any final closure by this very act of naming. This is the inevitable tension of writing philosophic creation.Pour explorer le royaume de la créativité, nous utilisons ici le concept d’instauration tel qu’il a été articulé dans l’oeuvre d’Étienne Souriau. Quoique utilisé rarement, ce terme est attesté dans la langue anglaise. Les dictionnaires anglais accordent que sa définition principale désigne une action de rétablissement ou de renouvellement, avec un sens secondaire d’institution ou fondation. Si les deux sens sont à l’oeuvre chez Souriau, c’est peut-être la tension entre eux qui y est surtout patente. Nous pensons ici l’instauration, entendue comme renouvellement instituant, en dialogue avec l’idée d’esthésiologie telle que Merleau-Ponty la comprend à la fin de son oeuvre. Il utilise cette notion pour développer sa conception du processus de création comme retour à l’étonnement que produit l’áisthesis. L’áisthesis est en effet l’ouverture, affective et sensible, et l’entrelacs, affectif et sensible, à ce qui est. Merleau-Ponty prolonge ainsi l’esthésiologie entendue comme science des organes sensibles, vers une organologie philosophique à visée ontologique. L’usage de l’esthésiologie chez Merleau-Ponty et l’usage de l’instauration chez Souriau constituent des efforts vers une maîtrise conceptuelle suffisante pour pouvoir dire l’ouverture continue, contingente et ambiguë de l’originaire – bien que les deux penseurs ne visent pas à instaurer une clôture finale à partir de l’acte nominatif. Telle est la tension inévitable qu’on rencontre lorsqu’on cherche à écrire la création philosophique.Utilizzeremo in queste pagine per esplorare il regno della creatività il concetto di “instaurazione” così come si trova articolato nell’opera di Étienne Souriau. Benché impiegato raramente, questo termine è attestato anche nella lingua inglese. I dizionari inglesi danno come significato principale quello di un’azione di ristabilimento o rinnovamento, a cui si aggiunge un significato secondario di istituzione o fondazione. Se è vero che entrambi i significati sono all’opera in Souriau, è d’altra parte ancor più evidente la loro tensione. Proporremo qui di pensare l’instaurazione, intesa come rinnovamento istituente, in dialogo con l’idea di estesiologia così come la intende Merleau-Ponty alla fine del suo percorso. Egli usa questa nozione per sviluppare la sua concezione del processo creativo come ritorno allo stupore dell’áisthesis, cioè dell’apertura affettiva e sensibile, e dell’intreccio affettivo e sensibile, a ciò che è. Merleau-Ponty prolunga così l’estesiologia come scienza degli organi di senso in direzione di un’organologia filosofica orientata ontologicamente. L’indagine sull’estesiologia condotta da Merleau-Ponty e l’uso del concetto di instaurazione in Souriau costituiscono così altrettanti sforzi di dire concettualmente l’apertura continua, contingente e ambigua dell’originario – benché sia chiaro che i due pensatori non intendono raggiungere in alcun modo, con questo dire concettuale e con questa scelta lessicale, una qualsiasi “chiusura” della questione. Tale è infatti la tensione inevitabile cui ci si ritrova esposti quando si tenta di scrivere la creazione. (shrink)