Abstract
Resumo Este artigo reexamina o debate entre o pluralismo de valores de Isaiah Berlin (PV) e o monismo de Ronald Dworkin, sua “unidade do valor” (UV). Em primeiro lugar, o debate entre ambos é reconstruído por meio de duas proposições: de acordo com a proposição descritiva p, “é possível integrar nossos valores em um todo coerente”; de acordo com a proposição normativa Pn, “a melhor interpretação de nossos valores mostra que eles estão integrados em um todo coerente”. Enquanto PV nega ambas, UV as afirma. Feito isso, apresentam-se os argumentos de Dworkin em defesa de sua tese (assim como as críticas que faz ao pluralismo de Berlin), seguidos de uma resposta pluralista. Por fim, examina-se a tentativa de Dworkin de recolocar o debate no plano meta-ético, julgando-a inadequada: o pluralismo berliniano não se encaixa nos rótulos de “ceticismo interno” e “externo” que Dworkin tenta lhe imputar. Abstract This article revisits and reassess the debate between Isaiah Berlin’s value pluralism (VP) and Ronald Dworkin’s monism, his “unity of value” (UV). First of all, the debate is reconstructed around two claims: according to the descriptive claim p, “it is possible to integrate our values in a coherent whole”; according to the normative claim Pn, “the best interpretation of our values shows them to be integrated in a coherent whole”. While VP denies both, UV asserts them. After that, Dworkin’s arguments in defense of his thesis (as well as his criticisms of Berlin’s pluralism) are presented, along with a pluralist response to them. Finally, Dworkin’s attempt to recast the debate in the meta-ethical level is assessed and deemed to be inadequate: Berlin’s value pluralism does not fit the labels of “internal” and “external skepticism” that Dworkin wants to associate with it.