Abstract

Com a determinação de fenómeno empreendida por Heidegger em Sein und Zeit é abordada a problemática primeira, "fundamental", da filosofia; esse problema da fenomenalidade do fenómeno, contudo, já não é tematizado no contexto de quest0ões como "fundamentação da(s) ciência(s)", "certeza", "evidência apodíctica", tal como o fizeram algumas filosofias relevantes do passado, nomeadamente da Modernidade. O pensamento de Edmund Husserl e escolhido como exemplo paradigmatico dessa atitude que prescreve para o trabalho fundamentador da filosofia o metodo do "cepticismo metodico", uma vez que, por via de regra, inscreve o tema da fenomenalidade do fenomeno no contexto da reduc. ao fenomenológica da epoche. O §7 de Sein und Zeit, determina o conceito de fenomeno como "aquilo-que-se-mostra-em-simesmo" e fa-lo estabelecendo as relações reciprocas entre fenomeno e outras formas deficientes de doagao — "aparencia" ("Schein") e "manifestacao" ("Erscheinung"); deste modo a questão da doação, isto é a questao da verdade (alétheia/desvelamento) retoma o seu lugar primeiro no quadro do pensamento fenomenológico relegando a questão metodológica da certeza para o lugar de problema derivado. /// Avec la détermination de phénoméne entreprise par Heidegger en Sein und Zeit, c'est la problématique première, "fondamentale", de la philosophic qui est envisagée; ce probléme de la phénoménalité du phénomène, cependant, n'est pas thématisé dans le contexte de questions comme celles de "fondement de(s) (la) science(s)", "certitude", "évidence apodictique", à la manière de certaines philosophies marquantes du passé, en particulier de la Modernite. La pensée de Edmund Husserl est choisie comme exemple paradigmatique de cette attitude que present pour le travail philosophique de fondation la methode du "scepticisme methodique" des lors que, en guise de regie, elle inscrit le theme de la phenoménalité du phenomene dans le contexte de la reduction phenomenologique, de 1' epoche. Le §7 de Sein und Zeit détermine le concept de phénomène comme "ce-qui-se-montre-en-soi-meme" et cela par le fait d'etablir les relations reciproques entre le phenomene et les autres formes deficientes de donation — "apparence" ("Schein") et "manifestation" ("Erscheinung") ; de la sorte, la question de la donation, c. á. d. la question de la vérité (alétheia-dévoilement) reprend sa place premiere dans le cadre de la pensée phénoménologique, relégant la question méthodologique de la certitude a la place de problème dérivé. /// With Heidegger's text to determine the phenomenality of the phenomenon in Sein und Zeit, one recognizes that it is philosophy's most fundamental problem that is being rethought, but not in terms of "foundations of the science(s), "certitude", "apodicti evidence" — as much of the philosophy in modern times has sought to do. Edmund Husserl's thought is paradigmatic of this atitude, attributing to philosophy the work of founding through "methodological scepticism" However Husserl approaches the matter of the phenomenality of the phenomenon within the context of phenomenological reduction. The 7th paragraph of Sein und Zeit determines the concept of phenomenon as that which "shows-itself-in-itself" and does so by establishing reciprocal relations between the phenomenon and other deficient torms of donation — "appearence" (Schein) and "manifestation" (Erscheinung)! In this way, the question of donation, i. e. the question of truth (ale theia/rev elation) takes up again its first place in the context of phenomenological thought, relegating the methodological question concerning certitude to a derived status.