O presente artigo propõe levantar uma série de problemas para tentar pensar as possibilidades do ensino de filosofia como um processo de resistência e luta contra àquilo que Deleuze e Guattari chamaram de ‘inimigos da filosofia: os pós-kantianos,o filósofo alemão Friedrich Hegel e especialmente, o marketing. A partir da crítica desenvolvida, abordaremos também como o ensino de filosofia poderia criar linhas de fuga àquilo que Silvio Gallo chamou de ‘educação maior’. Pretendemos pensar a filosofia (...) e a educação tendo como fio condutor, a filosofia da diferença de Gilles Deleuze e Félix Guattari. A ideia é tratar a filosofia com criadora de conceito a partir da ideia de‘pedagogia do conceito’, o que nos possibilitaria problematizar uma prática de ensino de filosofia estabelecendo enquanto campo de conversação, a filosofia da diferença e seu ensino, ou seja, tal prática formativa pretende agir por brechas, fazendo emergir possibilidades dos estudantes escaparem na medida do possível, das formas e dispositivos de controle. (shrink)
Desde a aprovação da Lei nº 11.684, de 02 de junho de 2008, as questões sobre o Ensino da Filosofia tem tomado amplamente diversos âmbitos teóricos. De um lado tem-se a abordagem de autores que defendem o ensino de filosofia numa perspectiva filosófica e não pedagógica. O que se quer dizer aqui, é que o Ensino de Filosofia no Ensino Médio em sua essência não é intelectualmente inferior à docência universitária, já que ambos (...) possuem suas técnicas e aportes teóricos específicos. Há de fato, uma diferença entre as duas carreiras docentes, e não é em essência, mas em condições de trabalho, uma para as a realização pessoal e profissional e outra que não oferece a mesma possibilidade. Nesse sentido, desenvolver um ensino de filosofia eficaz, pressupõe não só a utilização dos textos clássicos dos filósofos que fizeram e promoveram a perpetuação da filosofia como apenas mais uma disciplina do currículo, mas como um distintivo que possibilite o desenvolvimento da criticidade dos alunos do Ensino Médio por meio de um tratamento contextualizado do programa da disciplina. Finalmente, ao contrário do que defendem muitos críticos do ensino da Filosofia no Ensino Médio, a presença da filosofia associada aos textos filosóficos em conexão com os demais componentes curriculares numa prática interdisciplinar, está longe de levar os adolescentes a uma eventual adesão a propostas ideológicas, de doutrinação e possível adesão ao dogmatismo, ela é condição primordial para que se revistam de uma postura crítica frente aos dogmas que impregnam não só o senso comum da contemporaneidade, mas também os dogmatismos que perpassam até mesmo o discurso científico. (shrink)
Este artigo analisa o livro didático “Iniciação à Filosofia” de Marilena Chauí como ferramenta para o ensino de filosofia no Ensino Médio. No Brasil da última década vê-se a reinserção da filosofia como disciplina obrigatória no Ensino Médio, o que provoca a problematização sobre o que ensinar e como ensinar esta disciplina para adolescentes nessa fase de formação. Assim, autores como Marilena Chauí propuseram livros didáticos a serem adotados pelas escolas, a fim de fornecer (...) um subsídio para a atuação do professor e um direcionamento para as abordagens a serem adotadas em sala de aula de modo que se produzisse uma aprendizagem significativa. Escolheu-se o livro da autora não só pela sua reconhecida trajetória acadêmica, mas também pelo fato do livro da autora ser adotado por muitas escolas em todo o país. Trata-se de um estudo de cunho bibliográfico realizado em duas etapas: primeiro, buscou-se selecionar textos e autores que discutissem o ensino de filosofia e o livro didático para poder contextualizar o material analisado; segundo, aprofundou-se uma análise sobre o livro didático em si questionando se ele contribui ou não para que se atinja os objetivos propostos para o ensino de filosofia no Ensino Médio. Nesse sentido, concluiu-se que o livro “Iniciação à Filosofia” constitui-se enquanto ferramenta apropriada para o ensino de filosofia, contribuindo não apenas para a formação do aluno, mas também para a atuação do professor.: This paper analyzes the textbook “Introduction to Philosophy” by Marilena Chauí as a tool for teaching philosophy in High School. Brazil, on last decade, is experiencing a period of rehabilitation philosophy in High School, which causes the questioning about what to teach and how to teach this course for teenagers in this phase of training. Thus, several authors have proposed, as Marilena Chauí did, textbooks to be adopted by schools in order to provide a subsidy for the teacher performance and guidance to the approaches to be adopted in the classroom so that they produce a learning significant. Picked up the book of Marilena Chauí not only recognized for their academic career, but also because she is the author of the book adopted in many different schools over the country. This is a study of bibliographic nature carried out in two stages: first, we tried to select texts and authors who discuss the teaching of philosophy and the textbook in order to contextualize the material analyzed; second, deepened an analysis of the textbook itself questioning whether or not it contributes to the achievement of the proposed goals for the teaching of philosophy in secondary education. Accordingly, it was concluded that the book “Introduction to Philosophy” constitutes as appropriate tool for teaching philosophy, contributing not only to the student's education, but also to teacher performance. Keywords : Philosophy. Teaching. Textbook. (shrink)
O ensino de filosofia para/com crianças: uma revisão sistemática da literatura Resumo: O presente estudo tem como objetivo identificar, na literatura existente, quais os estudos sobre filosofia para/com crianças que investigam sobre as experiências das crianças nessa prática. Por meio de uma Revisão Sistemática da Literatura, realizada em três etapas: planejamento, seleção e extração, em cinco bases de dados diferentes, encontramos trinta e três pesquisas sobre o ensino de filosofia para crianças, porém, apenas duas pesquisas (...) que abordam especificamente sobre as experiências das crianças com o ensino de filosofia. Por meio dessa Revisão, desejamos contribuir com as pesquisas sobre Filosofia para Crianças. Palavras-chave: Crianças; Filosofia; Infância; Revisão. The teaching philosophy to/with children: a sistematic review of literature: The presente study aims to indetify, in the existing literature, which studies on philosophy for / with children that investigate children’s experience in this practice. Through Sistematic Literature Review, carried out in the three stages: planning, selection and extraction, in five different databases, we found thirty-three researches on teaching philosophy to children, however, only two surveys that specifically address children’s experiences with teaching philosophy. Through this Review we wish to contribute to research on Philosophy for Children. Keywords: Children; Philosophy; Childhood; Review. La enseñanza de la filosofía con/para niños: una revisión sistemática de la literatura Resumen: El presente estudio tiene como objetivo identificar, en la literatura existente, qué estudios de filosofía para / con niños que investigan las experiencias de los niños en esta práctica. Mediante una Revisión Sistemática de la Literatura, realizada en tres etapas: planificación, selección y extracción, en cinco bases de datos diferentes, encontramos treinta y tres investigaciones sobre la enseñanza de la filosofía a los niños sin embargo, solo dos encuestas que abordan específicamente las experiencias de los niños con la enseñanza de la filosofía. A través de esta revisión, deseamos contribuir a la investigación sobre Filosofía para Niños. Palabras Clave: Niños; Filosofía; Infancia; Revisión. Data de registro: 07/01/2021 Data de aceite: 22/09/2021. (shrink)
Uma etapa significativa na vida de uma disciplina é o seu envolvimento com os estudos pós-graduados, seja com as pesquisas ou com os eventos. Na década de 70 a Filosofia da Educação vivenciou a inserção nesse âmbito, através da criação do primeiro curso de pós-graduação, no Brasil, em Filosofia da Educação, cujos frutos foram significativos na direção da profissionalização e expansão das pesquisas na área. A partir desta constatação, o artigo examina o ensino da filosofia da (...) educação como campo disciplinar. (shrink)
O curso de filosofia deve desenvolver no aluno uma habilidade técnica na interpretação de diferentes modalidades discursivas – análoga ao “exercício de escuta”, no sentido psicanalítico – que lhe permita a experiência da “dominação intelectual”: da posse, ainda que provisória, de uma “língua da segurança” que coloque em “suspensão” os “lugares de conversa ção”. Quebrando a barreira entre os gêneros dos discursos, entre as diferentes disciplinas, e entre os diversos interlocutores, o curso de filosofia – seja na universidade, (...) no ensino médio e mesmo fora dos cursos regulares – poderá, desse modo, estimular a produção de um diálogo intenso, laicizado, entre múltiplos sujeitos de enunciação, contribuindo para a constituição do “espaço público”. Somente assim a filosofia conquistará definitivamente entre nós, sua madureza. (shrink)
Como propiciar um estado permanente de criação filosófica no ensino da Filosofia entre os estudantes do Ensino Superior? Eis o objetivo deste artigo. Essa questão está previamente acompanhada por dois argumentos: um deles relativo ao fato de que o ensino prevê uma atitude de abertura, disposição e curiosidade, condições essas indispensáveis à aprendizagem. O segundo, decorrente do primeiro, é que o ensino de Filosofia está intimamente vinculado à natureza própria da Filosofia que, distante (...) da busca pela verdade como afirmação ou detenção de um saber, resulta da experiência de alguém que é perguntado pela verdade, em certa atitude que se expressa no “cuidado de si mesmo” conduzindo a uma transformação, como vem apresentado por Michel Foucault em sua obra “A Hermenêutica do Sujeito”. Argumentaremos que o filosofar pode ser intensificado pela arte e, nesse aspecto, iremos estabelecer relações entre experiência filosófica e música como paisagem sonora. Essa conexão estimula entre os alunos a construção de realidades materiais e imateriais – paisagens – de modo que habitem seu universo de memórias afetivas, intelectuais, poéticas, musicais e filosóficas. Em sintonia com essa forma de pensar, será apresentado o conceito de pensamento-sentimento desenvolvido pela filósofa portuguesa Paula Cristina Pereira, que exibe grande fecundidade na direção do acesso às matrizes fundantes de nossa condição antropológica existencial. Nesse diálogo entre filosofia e música, escuta musical e experiência filosófica suscitam-se possibilidades para um ensino de filosofia habitado pelo sensível e pelos sentidos da vida em tempos tão difíceis como na atualidade, porque extremamente fugazes, dispersos, “líquidos” e carentes de densidade e dignidade humana. Palavras-chave: Ensino de Filosofia. Filosofia e Educação. Arte e Filosofia. Paisagem Sonora. Pensamento-Sentimento. (shrink)
Há de fato, uma diferença entre as duas carreiras docentes, e não é em essência, mas em condições de trabalho, uma para as a realização pessoal e profissional e outra que não oferece a mesma possibilidade. Nesse sentido, desenvolver um ensino de filosofia eficaz, pressupõe não só a utilização dos textos clássicos dos filósofos que fizeram e promoveram a perpetuação da filosofia como apenas mais uma disciplina do currículo, mas como um distintivo que possibilite o desenvolvimento da (...) criticidade dos alunos do Ensino Médio por meio de um tratamento contextualizado do programa da disciplina. Finalmente, ao contrário do que defendem muitos críticos do ensino da Filosofia no Ensino Médio, a presença da filosofia associada aos textos filosóficos em conexão com os demais componentes curriculares numa prática interdisciplinar, está longe de levar os adolescentes a uma eventual adesão a propostas ideológicas, de doutrinação e possível adesão ao dogmatismo, ela é condição primordial para que se revistam de uma postura crítica frente aos dogmas que impregnam não só o senso comum da contemporaneidade, mas também os dogmatismos que perpassam até mesmo o discurso científico. (shrink)
Este artigo tem por objetivo divulgar parte dos resultados de uma investigação sobre a organização de um ensino de filosofia proposto nas perspectivas inter e transdisciplinar. Tratou-se de averiguar como esse ensino estava sendo organizado numa determinada unidade educacional. Sendo assim, para investigar esse problema, realizou-se uma pesquisa descritiva de natureza qualitativa. O percurso metodológico foi composto por investigação teórica e incursão a campo. A primeira etapa constituiu-se de pesquisa bibliográfica e análise documental. A segunda consistiu em (...) observar a organização do ensino em sala de aula. Como técnica de análise de dados utilizou-se a análise de conteúdo. As questões discutidas nesse artigo referem-se ao conjunto das aulas nas quais foi abordada a problemática do conhecimento. Concluiu-se que as características do ensino observado, no que se refere à problemática em questão, permitem considerá-lo uma multidisciplinaridade escolar “modesta”. (shrink)
O debate em torno do ensino de Filosofia no Brasil, especialmente na educação média, não é novo. Estudos esparsos e pontuais, embora em número bastante reduzido, podem ser encontrados ao longo da história da educaçãono país, notadamente no século XX, depois da criação da Universidade de São Paulo e de seu Departamento de Filosofia. É, porém, no final da década de 1970 e, sobretudo, durante a década de 1980, que a discussão ganha vulto, mediante a articulação dos (...) Departamentos de Filosofia das universidades brasileiras em torno de uma mobilização para exigir do governo militar a “volta” da disciplina aos currículos da educação média, então denominada segundo grau. Como sabemos, a reforma educacional levada a cabo pelo regime militar por meio da Lei no 5.692/71 tirou do segundo grau essa disciplina, a qual deixou de figurar tanto na chamada “parte comum” quanto na “parte diversificada” dos currículos desse nível de ensino. (shrink)
Ensino de filosofia: notas sobre o campo e sua constituição Resumo: Objetiva-se perspectivar as discussões sobre o campo científico-filosófico "Ensino de Filosofia” e seu estatuto epistemológico, reconstituindo historicamente alguns acontecimentos e uma percepção possível de sua emergência na realidade brasileira. Primeiramente, retoma-se o debate através das pesquisas de Velasco, figura de destaque e agenciadora do assunto nos últimos anos. Apresentam-se suas teses e posicionamentos, cujos desdobramentos apontam para a existência de um campo científico-filosófico consolidado na última (...) década. Posteriormente, reconstrói-se uma narrativa sobre a trajetória de criação e desenvolvimento do campo que ressoa em suas análises. Explora-se uma movimentação política e acadêmica ocorrida no final da década de 1990 e começo dos anos 2000, realizada por professores-pesquisadores de filosofia, que, ante a possibilidade do retorno da filosofia à educação básica, se unem a fim de lutar por uma territorialização do ensino de filosofia na própria filosofia, de modo a transformá-lo em um problema genuinamente filosófico, alargando os limites epistêmicos e institucionais da filosofia brasileira. Finalmente, destaca-se que um campo é consequência de uma disputa concorrencial e das tensões estabelecidas entre os diferentes núcleos de pesquisas, complexidade que não consegue ser dimensionada por uma única percepção dos acontecimentos, abrindo-se, assim, caminhos para investigações futuras. Palavras-chave: Ensino de filosofia; campo científico-filosófico; história do ensino de filosofia. Philosophy teaching: notes on the field and its constitution: The objective is to outline the discussions on the scientific-philosophical field “Philosophy Teaching” and its epistemological statute, historically reconstituting some events and a possible perception of its emergence in the Brazilian reality. Firstly, the debate is resumed through Velasco’s research studies, a prominent figure and agent of the subject in recent years. Her theses and positions are presented and the findings point to the existence of a scientific-philosophical field, which was consolidated in the last decade. Subsequently, a narrative about the trajectory of creation and development of the field that resonates in Velasco’s analyses is reconstructed. A political and academic movement that took place in the late 1990s and early 2000s is explored. Such movement has been carried out by philosophy professors-researchers, who, given the possibility of Philosophy's return to the High School level in Brazil, have gathered together in order to fight for a territorialization of Philosophy teaching in Philosophy itself, in order to transform it into a genuinely philosophical problem, expanding the epistemic and institutional limits of Brazilian philosophy. Finally, it is noteworthy that a field is the result of a competitive dispute and tensions established among different research centers, complexity that cannot be encompassed by a single perception of events, thus opening paths for future investigations. Key-words: Philosophy teaching; scientific-philosophical field; history of philosophy teaching. Enseñanza de la filosofía: apuntes sobre el campo y su constitución Resumen: El objetivo es presentar una perspectiva de las discusiones sobre el campo científico-filosófico “Enseñanza de la Filosofía” y su estatuto epistemológico, reconstituyendo históricamente algunos hechos y una posible percepción de su emergencia en la realidad brasileña. En primer lugar, se retoma el debate a través de las investigaciones de Velasco, figura destacada y agente del tema en los últimos años. Se presentan sus tesis y posiciones, cuyos resultados apuntan a la existencia de un campo científico-filosófico consolidado en la última década. Posteriormente, se reconstruye una narrativa sobre la trayectoria de creación y desarrollo del campo que resuena en sus análisis. Se explora un movimiento político y académico que ocurrió a fines de la década de 1990 y principios de la de 2000, llevado a cabo por profesores-investigadores de filosofía, que ante la posibilidad del retorno de la filosofía a la educación básica, se unen para luchar por una territorialización de la enseñanza de la filosofía en la propia filosofía para transformarla en un problema genuinamente filosófico, ampliando los límites epistémicos e institucionales de la filosofía brasileña. Finalmente, se destaca que un campo es el resultado de una disputa competitiva y de tensiones que se establecen entre los diferentes centros de investigación, complejidad que no puede ser englobada por una percepción única de los hechos, abriendo así caminos para futuras investigaciones. Palabras clave: Enseñanza de la filosofía, campo científico-filosófico, historia de la enseñanza de la filosofía. Data de registro: 19/06/2021 Data de aceite: 20/10/2021. (shrink)
Neste texto relato minha experiência de um pouco mais de um mês como professor de Filosofia para o ensino infantil de um colégio particular de Campinas. Entre os parâmetros que me guiaram, destaco o autoconhecimento, que constituiu o primeiro bloco de aulas no qual trabalhei. Com essa preocupação, escolhi alguns textos da história da Filosofia, entre eles a Apologia e o Alcebíades de Platão e a Hermenêutica do Sujeito de Michel Foucault.
Este artigo visa apresentar a abordagem de um ensino de filosofia pautado majoritariamente em problemas filosóficos, e busca defendê-la como um método eficaz para o uso em sala de aula, especialmente na educação popular. O método conforme endossado por este trabalho consiste na utilização de problemas como mote principal para a elaboração e condução de uma aula de filosofia. No aspecto prático, o artigo se vale da experiência adquirida em dois anos (2018 e 2019) de aulas ministradas (...) no âmbito do Pré-Universitário Popular Alternativa (PUPA), com turmas distintas em cada ano. O Alternativa é um projeto que visa preparar estudantes ao longo de um ano para capacitá-los a realizar o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). O curso é voltado à população de baixa renda de Santa Maria e região e seu público é majoritariamente composto por alunos(as) formandos do terceiro ano do ensino médio de escolas públicas da cidade. Dado o objetivo do Alternativa, que consiste em revisar os conteúdos centrais do ensino médio no período de menos de um ano, é de vital importância a escolha de um método de ensino que seja dinâmico ao apresentar os conteúdos e hábil em relacioná-los às demais áreas do saber. Desse modo, a melhor metodologia é aquela que se utiliza melhor do tempo disponível de aula para apresentar o essencial a um público com pouca ou nenhuma iniciação no assunto. (shrink)
No âmbito da educação institucional a filosofia tem sido entendida como elemento de cultura com data de nascimento na história. É neste sentido que ela se tornou uma tradição: a tradição de pensar conceitualmente o mundo, pensá-lo na sua universalidade. Por ser uma tradição é que a filosofia permanece em nosso meio; passou de geração para geração e de cultura para cultura. É certo que nessas passagens sofreu transformações (desterritorializações e reterritorializações) que dizem respeito tanto ao filosofar como (...) ao seu produto, as diferentes filosofias. (shrink)
A Lei de Diretrizes e Bases 9.394/96 inseriu a Filosofia nos currículos do Ensino Médio com o indicativo de interdisciplinaridade, permanecendo em aberto questões acerca de como fazer com que a Filosofia potencialize a experiência interdisciplinar. Com o objetivo de correlacionar interdisciplinaridade e Filosofia, o artigo resulta de uma análise hermenêutica que confronta reflexões de Hannah Arendt sobre a crise na educação e a proposta da comunidade de investigação de Lipman. Parte da noção de que em (...) meados do século XX, a educação tradicional foi substituída pela pedagogia progressista e a educação passou a ser pensada como ciência do ensino em geral, a fim de atender à dinâmica do avanço científico e tecnológico. A visão analítica e linear das especialidades não responde satisfatoriamente às demandas atuais de uma ciência complexa, articulada e em rápida transformação. Diante do requisito interdisciplinar da ciência, o específico da Filosofia é a problematização e a sistematização do filosofar; de mediação entre as disciplinas, em virtude da dimensão holística de seus conteúdos, e de vigilância epistemológica como recurso de revisão e atualização dos saberes. Palavras-chave: Interdisciplinaridade. Filosofia. Ciência. Crise na educação. Comunidade de investigação. (shrink)
Este artigo procura fornecer uma reflexão inicial sobre as perspectivas didáticas do curso de Filosofia a distância do Centro de Mídias de SP. A adoção do regime de EAD por escolas de todo o país ocorreu devido às medidas de distanciamento social vigentes durante a pandemia de COVID-19, verificando-se a difusão inédita do ensino remoto no nível básico. Considerando a premência das discussões sobre a adequação dessa solução, propõe-se delinear alguns dos limites e potencialidades do curso do CMSP (...) a partir da análise de sua metodologia e proposta filosófica, como forma de contribuição a este debate. (shrink)
O presente estudo tem como objetivo apresentar algumas considerações sobre a pesquisa realizada a partir das experiências com o ensino de Filosofia no cotidiano das escolas municipais de Campina Grande, estado da Paraíba, Brasil, durante o ano de 2009.
O presente texto resultou da tentativa de compreender/descrever os mecanismos e as relações de poder/saber, que, na escola, produzem saberes e práticas, a partir da relação entre tais elementos e as normatizações oferecidas pelas políticas públicas para a educação.
O texto apresenta e discute o tema da interdisciplinaridade com foco especial sobre as ciências humanas a partir de dois movimentos articulados. Na primeira parte dedicamo-nos à elaboração do problema da fragmentação cultural por alusão à “ambiência moderna” como modo historicamente determinado de relação com a cultura e o saber, particularmente motivado pelo que Thomas Kuhn chama de “ciência normal”. Na segunda parte, e à luz de tais considerações históricas e epistemológicas da subjetivação moderna, importa apontar os desafios implicados no (...) projeto de uma formação interdisciplinar e ao mesmo tempo sinalizar para alguma estratégia de enfrentamento do problema da fragmentação cultural – encarado na condição de fenômeno histórico profundamente ancorado. A ampla fragmentação cultural, que as estratégias múltiplas de abordagem “interdisciplinar” pretendem combater no cenário da formação escolar, é especialmente experimentada como compartimentalização disciplinar do currículo em geral e das ciências humanas aqui miradas. Neste contexto, sustentamos que o componente curricular de filosofia, mas também o espírito filosófico pedagogicamente dilatado compõem respectivamente formação e estratégia epistemológica promissoras para o enfrentamento da fragmentação cultural no registro da interdisciplinaridade. (shrink)
Este artigo pretende abordar a importância do ensino de Filosofia para a formação intelectual do jovem estudante, pelo fato de possibilitar o desenvolvimento do senso crítico nas suas mais diversas manifestações. Ressalto também o caráter de criatividade que está presente na reflexão filosófica, pois tal prática se consolida como uma doação de significados e valores por parte daquele que filosofa.
O presente artigo aborda a situação do ensino da filosofia na conjuntura histórica da educação brasileira. Por meio de uma pesquisa bibliográfica e documental propõe-se a investigar as condições que o ensino da filosofia tem de se (a)firmar como condição à promoção do pensamento autônomo no ensino básico, dentro do espaço que lhe é reservado no atual contexto educacional brasileiro, marcado por reformas de cunho neoliberal, voltadas aos interesses do mercado. Partindo da concepção de (...) class='Hi'>filosofia como criação de conceitos, compreende-se como sua principal função em sala de aula, entre outras, apresentar-se como um ambiente livre das demandas externas estabelecidas pelos programas oficiais de ensino, no qual os estudantes tenham possibilidades de desenvolver o pensamento autônomo e construir sua subjetividade de forma desprendida. Essa atribuição requer determinados requisitos como a presença da filosofia enquanto disciplina, professores especializados na área e tempo livre e de qualidade o suficiente para o exercício do pensar autônomo, as quais se encontram ausentes, em sua maioria, no modelo de ensino que está sendo implementado. No atual cenário, marcado por reformas guiadas por tendências neoliberais que submetem a educação aos interesses da economia, o espaço da filosofia no ensino básico encontra-se reduzido e ameaçado. Tais mudanças reforçam o dualismo presente na educação brasileira, o qual atribui uma formação geral à classe privilegiada e outra de cunho laboral à trabalhadora, impedindo a implantação de uma formação humana integral para todos(as), na qual a filosofia ocupa papel fundamental. Compreende-se por fim que, apesar do cenário desfavorável, resta à filosofia criar formas de resistência, dentro e fora da escola para poder se (a)firmar. (shrink)
Há duas maneiras principais pelas quais os filósofos justificaram a importância de sua atividade. A primeira foi entender a Filosofia como responsável pela legitimação de outras formas de conhecimento. A segunda foi entendê-la como a parte mais importante do processo de educação do homem. Entretanto, os valores vigentes na cultura contemporânea privaram essas justificativas do seu sentido e apresentam novos desafios para a relevância da Filosofia.
Este trabalho tem por objetivo examinar possíveis contribuições de Lyotard e Jameson para pensar um dos obstáculos ao ensino de filosofia que, por falta de melhor denominação chamaremos "regime de atenção dos adolescentes contemporâneos".
Neste artigo apresentamos parte dos resultados de uma pesquisa qualitativa e de revisão bibliográfica, cujo problema envolve os sentidos de ensino de Filosofia no currículo para o ensino médio no período de 2009 a 2019. Assim, objetivamos investigar os discursos sobre ensino de Filosofia no ensino médio, presentes na produção acadêmica dos autores mais recorrentes do campo teórico. Para tanto, nos aportamos na Teoria do Discurso de Ernesto Laclau e Chantal Mouffe, cuja potência teórica, (...) já afirmada em importantes trabalhos do campo educacional, nos permitiu identificar o problema do não reconhecimento do ensino de Filosofia como um ponto-nodal que une uma parte da comunidade acadêmica de Filosofia na afirmação antagônica de que tal ensino deve, sim, compor o currículo do nível médio brasileiro. Palavras-chave: Filosofia; Ensino de Filosofia; Currículo; Ensino médio; Teoria do Discurso Discourse on Philosophy teaching in the high school curriculum: defense of a problem, curricular conception and affirmation of a practice: In this article we present part of the results of a research of qualitative nature and bibliographic cut whose problem involves the meanings of Philosophy teaching in the curriculum for high school in the period from 2009 to 2019. Thus, we aim to investigate the discourses on teaching Philosophy in high school present in the academic production of the most recurrent authors in the theoretical field. To this end, we focus on the Discourse Theory of Ernesto Laclau and Chantal Mouffe, whose theoretical potency, already affirmed in important works in the educational field, allowed us to identify the problem of the non- recognition of philosophy teaching as a nodal point that unites a part of the academic philosophy community in the antagonistic claim that such teaching should be part of the Brazilian high school curriculum. Key-words: Philosophy; Philosophy teaching; Curriculum; High school; Discourse Theory. Discursos sobre la enseñanza de la Filosofía en el currículo de bachillerato: defensa de un problema, concepción curricular y afirmación de una práctica Resumen: En este artículo presentamos parte de los resultados de una investigación cualitativa y revisión bibliográfica, cuyo problema involucra los significados de la enseñanza de la Filosofía en el currículo para la escuela secundaria en el período de 2009 a 2019. Así, nos propusimos investigar los discursos sobre la enseñanza de la Filosofía en la escuela secundaria, presentes en la producción académica de los autores más recurrentes en el campo teórico. Para ello, hemos estado en la Teoría del Discurso de Ernesto Laclau y Chantal Mouffe, cuyo poder teórico, ya afirmado en importantes trabajos del campo educativo, nos permitió identificar el problema del no reconocimiento de la enseñanza de la filosofía como un punto-nodal que une a una parte de la comunidad académica de la Filosofía en la afirmación antagónica de que dicha enseñanza debe, Sí, para conformar el currículo del nivel medio brasileño. Palabras clave: Filosofía; Enseñanza de la filosofía; Plan de estudios; Bachillerato; Teoría del discurso. Data de registro: 02/03/2022 Data de aceite: 17/05/2022. (shrink)
O texto parte de algumas experiências do Projeto Filosofia na Escola para levantar algumas questões que dizem respeito aos limites e alcances do trabalho de filosofia com as crianças, fazendo também uma reflexão sobre o sentido aberto pelo ensino de filosofia para pensar as práticas pedagógicas nas quais a filosofia está envolvida.
O presente artigo tem como ponto central analisar, com base nos trabalhos de Michel Foucault, a respeito do Poder Disciplinar em sua atuação na área educacional, especificamente, no Ensino de Filosofia, cujo objetivo é especular sobre o referido poder, presente nas instituições de ensino. Para tratar dessa questão, que envolve o Poder Disciplinador no desenvolvimento no Ensino de Filosofia, será utilizada a metodologia da pesquisa direta bibliográfica. Nossa trabalho será desenvolvido em dois momento singulares a (...) ideia geral sobre o poder no filósofo Michel Foucault e, posteriormente, pensar o desenvolvimento do Poder Disciplinar em relação com a Educação e, consequentemente, o Ensino de Filosofia. Esse caminho acredita-se que chegará a uma compreensão do Poder Disciplinar dentro do Ensino de Filosofia, trazendo elementos e questões que contribuam na construção do sujeito pensante, seja em sua vida individual ou uma vida social, e que esse indivíduo possa transformar a sociedade. (shrink)
Discutir a potencialidade imagem em movimento no ensino de Filosofia e a compreensão do filme como discurso significante, conjugando as experiências desenvolvidas em pesquisas e sala de aula. Apresentar também recortes de disciplina ministrada que utilizou textos filosóficos e episódio de StarTrek Deep Space Nine. O filme é entendido como texto fílmico, um objeto em cuja materialidade estão inscritos diferentes códigos da linguagem cinematográfica, e como documento informacional, que comporta diferentes níveis de informações que necessitam ser reconhecidas e (...) trabalhadas, a fim de que o uso pedagógico seja satisfatório. Assim, para além do entretenimento, o texto fílmico tem a possibilidade de ser usado como recurso pedagógico e de análise social. Observa-se como constitutivos do universo Trek os filmes realizados para o cinema e as séries televisivas. (shrink)
É bastante conhecida a interrogação do filósofo Immanuel Kant a respeito da possibilidade ou não de se ensinar filosofia. Partindo-se da premissa de que não é possível dissociar a filosofia de seu ensino, este artigo se propôs a responder a seguinte questão: de que maneira a Revista Digital de Ensino de Filosofia (ReFiLo) contribui para o debate e o fortalecimento da educação filosófica no Brasil? Para responder a esta pergunta, realizou-se uma pesquisa de natureza qualitativa (...) e quantitativa, adotando-se a pesquisa bibliométrica para caracterizar a produção científica publicada pela revista entre 2015 e 2021. Os resultados do estudo indicaram que a ReFiLo difundiu 116 publicações, as quais 76% referem-se a artigos de periódicos científicos. Os dados revelaram, ainda, que essas publicações foram produzidas por 155 filósofos e filósofas da educação com formações acadêmicas variadas, especialmente nas áreas de filosofia e educação. Os resultados mostraram, também, que a pesquisa bibliográfica e a documental foram as mais utilizadas na construção dos trabalhos publicados pela ReFiLo. As 116 publicações geraram um total de 217 palavras-chave, que representaram o conteúdo filosófico-educacional dos trabalhos comunicados. Por fim, os dados sinalizaram que as 116 publicações foram escritas, sustentando-se teórica e metodologicamente, em 1.011 obras. Esta pesquisa concluiu que a ReFiLo se caracteriza por ser um periódico filosófico-educacional aberto e democrático que recepciona, avalia e publica reflexões sobre a educação filosófica produzida por autores/as com diferentes capitais filosófico-educacionais acumulados e que promovem os movimentos de resistências para manter a filosofia viva nos currículos escolares. (shrink)
O presente artigo busca investigar, segundo os estudos da Filosofia da Educação, determinadas práticas do ensino de Filosofia na esfera da Educação Básica. Nesta direção, são analisadas duas práticas específicas de ensino: a primeira delas, fundamentada em uma abordagem histórico-linear da Filosofia; a segunda, alusiva a um suposto distanciamento das práticas pedagógicas tradicionalistas, amparada por uma vaga noção de debate. Considerando a problematização dessas práticas, destaca-se a necessidade de impulsionar o ensino de Filosofia (...) em direção a uma potente conexão entre o passado e a contemporaneidade. (shrink)
A partir do estudo sobre o processo histórico de ressignificação da relação entre subjetividade e verdade, realizado por Michel Foucault no curso “A Hermenêutica do Sujeito”, o presente artigo analisa as possíveis implicações dessa ressignificação no processo de institucionalização da filosofia, problematizando, por conseguinte, a temática do ensino de Filosofia na Educação Básica.
Este artigo oferece uma discussão sobre Ensino de Filosofia, adotando a compreensão da diferença e da diversidade como elementos constitutivos do fazer Filosofia e do ensinar Filosofia. O ponto de partida que adoto são questões sobre a docência e a formação de professores, e apresento sua vinculação com questões epistêmicas, pedagógicas, políticas e éticas. Por meio da apresentação das relações entre sujeito, saber, discurso, poder e sujeição poderemos pensar a vida dinâmica e tensa no exercício de (...) filosofar e de ensinar a filosofar. No momento final da discussão, indicarei a emergência de algumas situações de abertura para tratar a diferença na Filosofia e no seu ensino, em que se adotam diversos temas, questões e modos de filosofar, em que destacamos as questões de gênero e de decolonialidade. Também indicarei algumas experiências institucionais exitosas como o GT Filosofar e Ensinar a Filosofar e o Mestrado Profissional em Filosofia (PROF-FILO) como dois movimentos importantes de abertura e de ampliação do pensamento filosófico no Brasil. (shrink)
A proposta de reflexão sobre os aspectos educacionais do ensino da filosofia nos coloca diante de uma pergunta que podemos formular nos seguinte termos: qual o papel da filosofia na formação das crianças, dos jovens, dos adultos? ou qual o valor educativo do discurso e da reflexão filosófica? Dessa forma, se coloca a questão sobre a prática de um discurso filosófico e seus efeitos educacionais sobre as pessoas que se iniciam nela. Vê-se, de início, que a dimensão (...) da formação do indivíduo já está implicada em uma reflexão desse tipo na medida em que nos remetemos precisamente aos efeitos formativos da filosofia sobre o indivíduo que a pratica. Precisamos, nesse sentido, manter aberta a pergunta: o que é formar-se? e o que faz com que a filosofia seja algo formativo? Abordaremos essas perguntas percorrendo o caminho de algumas respostas dominantes apresentadas a essas questões ao mesmo tempo em que ressaltaremos os seus vínculos com as práticas correntes presentes nos modos de se ensinar filosofia hoje. Ressaltaremos, também, os vínculos que essas respostas possuem com um determinado conceito de formação e com uma determinada valoração e compreensão da vida no tempo. Em nossa trajetória, iremos nos aproximando de uma resposta que nos parece mais elucidativa. (shrink)
A partir da perspectiva do entrecruzamento entre dimensões políticas, educacionais e filosóficos do ensino da filosofia, o texto discute a importância da dissolução de fronteiras entre a filosofia, a educação, a política e a ciência para a análise do ensino da filosofia.
O presente trabalho trata de relatar uma experiência positiva no ensino superior na disciplina Estudos dos saberes Filosóficos a partir do uso de memes como ferramenta útil e como metodologia ativa em sala de aula e, de modo especial, para a avaliação da aprendizagem. Faremos aqui uma análise do surgimento e evolução do termo meme, sua caracterização como gênero textual e, por fim, descrevemos a nossa prática em sala de aula destacando importantes aspectos observados. O uso dos memes em (...) sala de aula representou uma importante experiência pedagógica e contribuiu para o atingimento dos objetivos planejados na disciplina e para o devido engajamento dos alunos nas atividades propostas. (shrink)
Este artigo analisa a chamada Modernidade apontando como seu estudo no ensino superior e no ensino médio apresenta uma historiografia marcada pela colonialidade do saber e pelo eurocentrismo. Propõe, assim, observar alguns problemas historiográficos da filosofia, entender suas causas e buscar ver o que está nas sombras da tradição filosófica.
O objetivo do estudo consiste em abordar a importância e contribuições do ensino de Filosofia a educação no/do campo para o processo de formação de cidadãos. A escolha da escola para o desenvolvimento das observações se deve ao contexto de ameaça de fechamento de escolas em áreas rurais por parte do governo do Estado do Rio Grande do Sul, fazendo-se preciso evidenciar a qualidade e a importância da educação do campo como forma de resistência na defesa da educação (...) pública e de qualidade para todos e todas, especialmente o povo campesino. Para tanto são apresentadas as diversas concepções filosóficas presentes na História da Filosofia, a presença do ensino de filosofia na educação brasileira, a importância do seu ensino no Ensino Médio e sua contribuição à educação no/do campo. A hipótese levantada é de que o Ensino de Filosofia contribua para a formação de indivíduos emancipados indo ao encontro da proposta educacional da educação no/do campo, a qual tem por base as contribuições do educador brasileiro Paulo Freire e forte influência do processo pedagógico do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST). Os resultados encontrados permitem afirmar que o ensino de Filosofia, capacita os estudantes para o diálogo, o debate de ideias. (shrink)
No contexto da pandemia, vivemos a incerteza de quando a vida tornará a sua normalidade. Esse momento de incerteza nos impulsiona a reflexão sobre o atual cenário, os desafios e possibilidades dessa nova forma de viver. Pensando nisso, o presente estudo de cunho bibliográfico hermenêutico busca refletir acerca da prática pedagógica e do ensino de filosofia no atual contexto, atendo-se aos seguintes problemas: é possível uma prática pedagógica de qualidade em meio a esse cenário? De que modo o (...)ensino de filosofia pautado na reflexão pode ser possível na modalidade à distância? Para dar conta de tais questões, buscamos nas reflexões de Antunes Neto (2020) e Barreto; Rocha (2020), o diálogo acerca da possibilidade da prática pedagógica em tempos de pandemia, assim como a possibilidade do ensino de filosofia por meio da reflexão presente nos escritos de Trombetta (2013). (shrink)
Neste artigo apresentamos uma perspectiva de compreensão da história da filosofia, na qual é possível acessar outros modos de como essa história pode ser interpretada. Nesta perspectiva ocorre a desconstrução epistêmica eurocentrada de legitimação da ideia de um “milagre” grego que permite o surgimento da filosofia nessa região em detrimento a outros lugares. O pressuposto indicado é o da pluriversalidade de Mogobe Ramose (2011) que apresenta a ideia de pensamento reflexivo e crítico como condição humana, independente de local. (...) Em relação ao continente africano trazemos a crítica de que a escravidão moderna promovida pela Europa desumanizou africanos e indígenas e, com isso, lhes nega a capacidade de pensamento. Após essa análise, apresentamos a filosofia afro-brasileira como um desdobramento da filosofia africana em seu deslocamento do continente africano para as Américas no período da escravidão e colonização. Apresentamos as bases epistêmicas dessa filosofia mantidas nas culturas afro-brasileiras. Destacamos, também, os seus subsídios corporais, salientando a sua dimensão ética e estética ao propor outros modos de se relacionar em que o coletivo é a alternativa ao individualismo, no qual se destaca uma ética comunitária e solidária. As narrativas constituídas no processo colonizador da modernidade são revistas em seus pressupostos de supremacia para dar lugar a uma filosofia que alcance o outro, que se estabeleça na alteridade. Tal proposta nos parece relevante para o ensino formal de filosofia, pois dialoga diretamente com a realidade de mundo existencial formativa do país, e aponta outras possibilidades de organização da vida em distintos aspectos, mas todos eles perpassados pela educação, neste caso, uma educação para ser e estar com o outro, o que solicita a revisão curricular na grade da filosofia, tanto na formação de professores quanto na disciplina destinada ao ensino médio. (shrink)
Este artigo objetiva sustentar a hipótese de que sob o procedimento metodológico-filosófico assumido por Guilherme de Ockham em suas Oito questões, subjaz, de forma velada, uma possível metodologia de ensino de Filosofia, a qual poderia representar uma significativa diretriz frente às atuais discussões concernentes ao ensino de Filosofia na Educação Básica. Nesse sentido, buscaremos estabelecer algumas aproximações, ainda que breves, entre o pensamento de Ockham e a nova Base Nacional Comum Curricular (BNCC), homologada em 2018, sobretudo (...) no que se refere às competências a serem desenvolvidas, no Ensino Médio, na área de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas. (shrink)
O objetivo do trabalho é auxiliar o jurista desocupado responsável pelo ensino da cadeira de filosofia do direito. A situação mais frequente nas faculdades de direito são as aulas de filosofia e de outras cadeiras do eixo fundamental serem tapeadas por qualquer bacharel sem nada melhor para fazer. Ocorre que tais ociosos juristas muitas vezes se veem receosos quando instituídos nos seus cargos, isso porque não possuem qualquer conhecimento na matéria em que lecionam, ao mesmo tempo em (...) que são lançados em sala de aula expostos às dúvidas e críticas dos alunos. Nesse sentido apresento a esses professores, juristas desocupados, uma técnica pedagógica resumida e de fácil compreensão para ministrarem sem maiores sobressaltos a cadeira de filosofia do direito. Seguindo os passos propostos, o jurista desocupado não terá riscos de ser questionado pelos alunos ou pela instituição, mantendo seu complemento de renda garantido. (shrink)